A Biblioteca Municipal de Arouca encontra-se localizada em pleno Centro Histórico da Vila de Arouca, no antigo edifício denominado “Casa dos Padres”, sito no Terreiro da Rainha Santa Mafalda e adjacente ao imponente Mosteiro de Arouca.

É constituída por dois pisos e um sótão, com uma área total de 866 m2, com mobiliário, equipamentos e acervos próprios, à disposição de toda a comunidade arouquense. No piso térreo dispõe de uma receção, uma sala infantojuvenil, uma sala destinada à hora do conto, uma pequena galeria para exposições culturais e gabinetes técnicos; no segundo piso, uma sala de leitura para adultos, uma sala dedicada ao fundo local, um espaço para leitura de periódicos, uma sala multimédia, uma sala polivalente e, finalmente, uma varanda com vista para o Parque Municipal.

Possui mais de 32 mil documentos catalogados (dados de 2024), distribuídos por vários fundos: monografias, periódicos, multimédia, material não livro e fundo local. O fundo bibliográfico é pesquisável e acessível através do Catálogo da Rede de Bibliotecas de Arouca. Inclui o Fundo do Dr. Tavares de Almeida, as Bibliotecas Itinerantes e o Polo de Cabeçais, na freguesia de Fermedo, e o BiblioLed.

Consulta e leitura no local, empréstimo domiciliário, tecnologias da informação e da comunicação, serviço de informação à comunidade, de reprografia e impressão, formação de utilizadores, dinamização cultural, serviço de biblioteca itinerante e de apoio às bibliotecas escolares, horas do conto, bebetecas e iniciativas como o “Crescer a Ler” e o “Arouca a Ler Mais”, entre outras, são os principais serviços e atividades que a Biblioteca Municipal de Arouca disponibiliza, promove e dinamiza.

História

A Biblioteca Municipal de Arouca foi inaugurada a 20 de julho de 1967, pela Câmara Municipal de Arouca, no edifício que hoje acolhe a sede da ADRIMAG, na Praça Brandão de Vasconcelos, conhecido como “Antiga Cadeia”, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, que era detentora do fundo bibliográfico e que assegurava a circulação e o empréstimo do mesmo no concelho, através das suas famosas carrinhas castanhas.

Com a assinatura do primeiro Contrato-Programa, realizado em dezembro de 1987, entre a Secretaria de Estado da Cultura e o ex. Instituto Português do Livro e da Leitura (atual Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas) e a Câmara Municipal de Arouca, dá-se início ao projeto de requalificação do edifício adjacente ao Mosteiro de Arouca, conhecido como “Casa dos Padres” ou “Velho Hospital”, que, através do projeto de arquitetura do Arq. Manuel de Queiroz é redesenhado para que a Biblioteca Municipal de Arouca pudesse ganhar autonomia, crescer e ser devidamente instalada por forma a assegurar todas as funções e serviços de uma biblioteca pública.

O concelho de Arouca foi, assim, pioneiro na constituição da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, pois o seu projeto para a instalação da Biblioteca Municipal foi selecionado e integrou o 1.º Processo de Candidaturas em 1987.

À assinatura do primeiro Contrato-Programa em 1987 para a instalação de uma Biblioteca Municipal em Desenvolvimento, seguiram-se várias adendas, complementadas por novo Contrato-Programa, celebrado em 1995 e uma adenda para informática em 1996, para viabilizar a transição para uma Biblioteca Municipal de Tipo 1. Posteriormente foi celebrado novo Contrato-Programa em 2002 e outra adenda consignando o Projeto Informático em 2007.

A Biblioteca Municipal de Arouca, enquanto Biblioteca Municipal em Desenvolvimento foi inaugurada em 8 de dezembro de 1991, sendo em 1 de dezembro de 2001 inaugurada na 2ª fase com abertura ao público de novos espaços, a implementação de novos serviços e a ocupação total do edifício.

Edifício

O edifício onde está instalada a Biblioteca Municipal de Arouca é um edifício de assinalável valor patrimonial, cuja construção se supõe remontar ao séc. XVI ou ao séc. XV. Tendo começado por ser uma dependência do Mosteiro de Arouca onde se hospedavam os padres que ali exerciam, bem como outros visitantes, nele foi mais tarde instalado o Hospital da Misericórdia de Arouca que aí funcionou até meados do século passado. O Centro Paroquial de Promoção Social Rainha Santa Mafalda, instituição local que ainda hoje acolhe crianças desprotegidas, ocupou também este mesmo edifício de 1960 a 1975.

Para além do seu valor patrimonial intrínseco, tem o referido edifício uma presença importante no contexto urbano da vila de Arouca, quer na sua relação com o Mosteiro com o qual configura o Terreiro de Santa Mafalda, quer na sua relação com o Parque Municipal que hoje enquadra aquele Monumento Nacional e no qual o edifício da Biblioteca se encontra integrado.